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Desabafo: anencéfalos devem morrer



Muito tem se falado sobre o aborto de anencéfalos, as questões éticas, médicas, psicológicas e religiosas envolvidas nesse ato bárbaro. Mas o que poucos falam é que a Igreja evangélica no Brasil tem sofrido uma epidemia de anencefalia. 

Essa palavra complicada significa ao pé da letra “pessoa com falta de encéfalo”, ou, de modo mais popular, “pessoa sem cérebro”. 

Bem, se você está pensando que vou entrar aqui na questão do aborto de seres humanos anencéfalos eu peço desculpas por decepcioná-lo, mas não é esse o foco da minha reflexão. 

O que vou abordar não é ausência de massa encefálica nos indivíduos. 

É a forma como muitos de nós, cristãos, têm usado sua massa encefálica no que tange à Igreja e que faz com que ela nada mais sirva senão para ocupar espaço dentro do crânio. O que dá na mesma.

Só para pegar um exemplo de anencefalia cristã que está na moda: o conceito evangélico. 


A quantidade de pessoas que têm repudiado esse termo correto e histórico é surreal e um sintoma de anencefalia.

 “Não sou evangélico, sou cristão”, bradam muitos, na ânsia por se mostrar diferentes daquilo que a parcela mais visível da Igreja evangélica se tornou, aquela que está na mídia, que rouba o povo, que simula exorcismos, que usa Cristo como desculpa para ter dinheiro, poder e influência. 

Só que, se você faz parte como eu do grupo que segue os ditames da Reforma – resumidos nos cinco “sola”: Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia e Soli Deo Gloria – mas repudia o vocábulo “evangélico”, eu te diria: meu querido irmão, lamento informar: você é um evangélico, queira ou não.

Com todo carinho: pense historicamente e não nas frases feitas que esse ou aquele aquele pastor anda falando contra esse termo histórico. Você é filho da Reforma? Segue o Cristianismo protestante? Professa a fé apostólica? Cumpre o que Jesus ensinou no Sermão do Monte? 


Então ponha dentro do seu encéfalo que você é SIM um evangélico, que nada mais é do que um sinônimo para “cristão de tradição protestante”. 

É exatamente como um cachorro que vive bradando: “Eu não sou um cachorro, sou um cão!!!”. Meu irmão, minha irmã, concentre-se em coisas de fato importantes, como amar o próximo e viver uma devocionalidade de maior intimidade com Deus. 

Levantar como bandeira “eu não sou evangélico” é coisa de quem não pensa com os olhos voltados para a História da Igreja.

Esse exemplo mostra que temos massa encefálica mas muitos não a estão usando adequadamente. Ou seja: em grande parte, nosso cérebro está se tornando pouco útil para o Reino de Deus. O que dá na mesma que não tê-lo. 

Muitos se tornam ávidos consumidores do veneno que meia-dúzia de formadores de opinião E-VAN-GÉ-LI-COS destilam pela TV, as redes sociais, os blogs, twitcams e suas conferências cooptadoras de corações e mentes e não ponderam biblicamente ou historicamente sobre o que estão falando. 

Por isso, muitos cristãos anencéfalos estufam o peito e começam a meramente repetir uma enorme quantidade de conceitos forjados, clichês e besteirois dos pontos de vista escriturístico e histórico. 

E por uma simples razão: não se dedicam ao estudo da Bíblia e não conhecem nada de História da Igreja (mas sempre mencionam as Cruzadas, a Inquisição e o apoio de alguns à Alemanha nazista, é claro, seus episódios prediletos, para mostrar como a instituição eclesiástica é o “grande satã”). 

E, como são locomotivas desembestadas mas sem ter trilhos históricos ou bíblicos onde trafegar, acabam arrebentando tudo pelo caminho. Seus alicerces são quebradiços e o terreno onde erguem seus conceitos é areia movediça.
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