Nesta quinta (23) PF realiza um desdobramento da 18ª fase da
Lava Jato.
Marido da senadora Gleisi Hoffmann e ex-ministro Paulo
Bernardo foi preso.
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Paulo Bernardo e Gleise Hoffmann. |
O advogado Guilherme de Salles Gonçalves, que participou da
campanha da senadora Gleisi Hoffmann ao Senado, em 2010, e à prefeitura de
Curitiba, em 2008, é alvo de mandados de busca e apreensão e de prisão
preventiva.
Ele não foi detido porque está em Portugal, de acordo com a
Polícia Federal. Gonçalves deve se apresentar quando retornar ao Brasil.
Nesta quinta-feira (23), Polícia e Receita Federal
realizaram uma ação de desdobramento da 18ª fase da Lava Jato que prendeu o
marido da senadora e ex-ministro dos governos do ex-presidente Lula e da
presidente afastada Dilma Roussef e Paulo Bernando.
O nome do advogado apareceu no imbróglio na Lava Jato quando
a investigação chegou ao Ministério do Planejamento.
Um inquérito apura suspeita de pagamento de propina através
de um contrato firmado entre a pasta e a empresa Consist Software para gestão
de empréstimos consignados para servidores.
Em agosto 2015, a força-tarefa que localizou no escritório
de advocacia de Guilherme Gonçalves documentos para a investigação. Os papeis,
ainda conforme as investigações indicam que valores recebidos pela Consist
teriam sido utilizados para efetuar pagamentos em favor de Gleisi Hoffmann.
O escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha
Reck, que foi desfeito em 2013, foi
investigado por supostas irregularidades na licitação de transporte
público do Distrito Federal em 2012. O Ministério Público do Distrito Federal
apresentou denúncia à Justiça em março deste ano.
O que diz a defesa
Guilherme Gonçalves deve se apresentar à Polícia Federal
assim que retornar de viagem, de acordo com o advogado que o representa, Rodrigo
Sanches Rios. Ele disse ainda que irá recorrer à Justiça para revogar o pedido
de prisão.
Ao ser questionado sobre as suspeitas de envolvimento do
Guilherme Gonçalves nas irregularidades em contratos do Ministério do
Planejamento, o advogado afirmou que irá se manifestar nos autos do processo.
A operação
Esta ação de desdobramento recebeu o nome "Operação
Custo Brasil". Foram expedidos 11 mandados de prisão preventiva, 40 de
busca e apreensão e 14 de condução
coercitiva, quando a pessoa é levada a prestar depoimento.
Um dos mandados de busca foi cumprido na casa de Bernardo e
Gleisi, no bairro Água Verde, em Curitiba.
O ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das
Comunicações no primeiro governo Dilma, Paulo Bernardo, foi preso em Brasília.
A defesa do ex-ministro considera a prisão ilegal e afirmou
que Bernardo se colocou à disposição da Justiça, do Ministério Público e da
Polícia Federal por diversas vezes.
Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma,
também foi alvo. Ele foi levado em condução coercitiva, que é quando a pessoa é
obrigada a prestar depoimento na delegacia.
Outro mandado de condução coercitiva foi para o jornalista
Leonardo Attuch, que administra o blog 'Brasil 247'. Ele já havia aparecido na
investigação da Lava Jato como suspeito de ter recebido dinheiro por serviços
não executados.
Policiais federais também estão na sede do PT no centro de
São Paulo. Os presos e o material apreendido serão encaminhados à sede da
Polícia Federal, na capital paulista.
Nota dos advogados de Paulo Bernardo
O Ministério do Planejamento se limitou a fazer um acordo de
cooperação técnica com associações de entidades bancárias, notadamente a ABBC e
SINAPP, não havendo qualquer tipo de contrato público, tampouco dispêndios por
parte do órgão público federal. Ainda assim, dentro do Ministério do
Planejamento, a responsabilidade pelo acordo de cooperação técnica era da
Secretaria de Recursos Humanos e, por não envolver gastos, a questão sequer
passou pelo aval do Ministro.
Não bastasse isso, o inquérito instaurado para apurar a
questão há quase um ano não contou com qualquer diligência, mesmo tendo o
Ministro se colocado à disposição por diversas vezes tanto em juízo como no
Ministério Público e Polícia Federal.
A defesa não teve acesso à decisão ainda, mas adianta que a
prisão é ilegal, pois não preenche os requisitos autorizadores e assim que
conhecermos os fundamentos do decreto prisional tomaremos as medidas cabíveis.
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